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A vida de Pier Paolo Pasolini (1922-1975), um dos principais cineastas italianos de todos os tempos, poeta, dramaturgo, teórico da arte e da literatura, desenvolveu-se como um drama trágico. Homossexual assumido, artista polêmico, pagou caro por sua coragem: escândalos, processos e, por último, numa noite de novembro há mais de quarenta anos, foi vítima de um assassinato brutal e misterioso, em uma praia da cidadezinha italiana de Óstia. Filho primogênito de uma professora do ensino fundamental e de um militar de carreira, Pasolini nasceu em Bolonha no dia 5 de março de 1922. Graduou-se em literatura pela Universidade de Bologna em 1939 e desenvolveu uma produtiva atividade literária escrevendo poemas, romances, ensaios e artigos para jornais. Dirigiu seu primeiro filme em 1961, "Accatone", que conta as desventuras de um cafetão em Roma. No ano seguinte, lançou "Mamma Roma", que narra a história de uma prostituta e é hoje considerado um clássico do cinema italiano. Em 1964 Pasolini lançou aquela que seria considerada sua obra-prima como cineasta: "O Evangelho Segundo São Mateus", em que retrata a vida de Jesus. Seus filmes posteriores revelaram toda a sua sensibilidade e delicadeza; alguns deles abordam também temas clássicos e antigos como por exemplo, "Medéia", em 1969, com Maria Callas. Seu último e mais provocador filme foi "Saló" ou "Os 120 dias de Sodoma" (1975), onde Pasolini adaptou livremente uma obra de conteúdo semelhante do Marquês de Sade ("Les 120 journées de Sodome" or "L'école du libertinage") ambientando-a durante o curto período de existência da República fascista de "Saló", estado fantoche da Alemanha nazista. O resultado é um arrebatador conjunto de imagens, sendo um filme forte e controverso ainda nos dias de hoje, décadas depois de sua realização. O diretor filmou ainda "Decameron" (1970), "Contos de Canterbury" (1973), que recebeu o Urso de Ouro do Festival de Berlim, e "As Mil e Uma Noites" (1974).
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