Toda Mulher é meio Leila Diniz (Mirian Goldenberg)
O livro retrata Leila Diniz, uma mulher carioca que revolucionou os costumes no final da década de 60. Ela fazia e dizia o que muitos tinham o desejo de fazer e dizer. Com os inúmeros palavrões na clássica entrevista no "O Pasquim", com uma vida sexual e amorosa extremamente livre e prazerosa, com o seu corpo grávido de biquíni, ela trouxe à luz do dia comportamentos, valores e ideias já existentes, mas que eram vividos como estigmas, proibidos ou ocultos. Não à toa, ela é apontada como uma precursora do feminismo no Brasil: uma feminista intuitiva que influenciou, decisivamente, as novas gerações. Leila Diniz, ao afirmar publicamente seus comportamentos e ideias a respeito da liberdade sexual, ao recusar os modelos tradicionais de casamento e de família e ao contestar a lógica da dominação masculina, passou a personificar as radicais transformações da condição feminina (e também masculina) que ocorreram no Brasil. Aos 17 anos, já está casada com o diretor Domingos de Oliveira. Foi quando teve sua primeira experiência como atriz, na peça infantil “Em busca do tesouro”, dirigida pelo marido. No ano seguinte, trabalhou como corista em um show de Carlos Machado. Em seguida estréia como atriz dramática, contracenando com Cacilda Becker em “O preço de um homem”, peça encenada em 1964. O próximo ano marca o final do casamento com Domingos de Oliveira e o início da carreira na televisão. Leila começou na TV Globo, com papéis menores até trabalhar em “Eu compro essa mulher”, de Glória Magadan. A projeção nacional veio meses depois com a personagem Madelon de “O sheik de Agadir”, da mesma autora. A partir daí, ela fez várias novelas na TV Globo, TV Excelsior e na TV Tupi: 12 ao todo. Na televisão também foi modelo de propaganda, vendendo Coca-Cola, sabonetes e creme dental. Sua estreia no cinema foi em "O Mundo Alegre de Helô", dirigido por Carlos Alberto de Souza Barros. Participa da co-produção entre Brasil e México, Jogo Perigoso, do diretor Luiz Alcoriza, conhecido pelo trabalho de roteirista com Luis Buñuel. Mas é com "Todas as Mulheres do Mundo" que Leila Diniz se projeta como atriz e personalidade, atuando numa história dirigida por Domingos de Oliveira, que incorporou claras referências à vida em comum do casal. Volta a ser dirigida pelo ex-marido em Edu, Coração de Ouro. Em junho de 1972, deixa o Brasil para representar Mãos Vazias no Festival de Cinema da Austrália, saudades da filha, antecipa a viagem de volta, partindo antes do encerramento. No dia 14 de Julho de 1972, aos 27 anos, o avião da Japan Airlines em que viajava explodiu no ar, quando sobrevoava Nova Délhi, na Índia.
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